No dia 2 de maio de 2011, o dia em que Osama bin Laden foi assassinado, eu estava em Nova York.
Sirenes, polícia por todos os lados. A capa do New York Times noticiava o assassinato de Osama bin Laden no Afeganistão em letras gigantes e alertava para a elevação do risco de um ataque terrorista.
Pelo menos uma viatura de alguma força policial exibindo armas ficou parada em todas as esquinas que eu conseguia enxergar de Manhattan.
Um sentimento de alívio, e também de vingança, exalava das pessoas com as quais mantive contato na cidade.
Marco Zero
Em 2011, o local onde ficavam as Torres Gêmeas ainda não estava restaurado. Nem mesmo as estações de metrô próximas ao Ground Zero estavam totalmente reconstruídas.
A manchete de um dos jornais colados no tapume mandava Bin Laden ‘apodrecer no inferno’.
Quatro anos mais tarde, em 2015, retornei ao local das Torres Gêmeas e encontrei tanto o memorial quanto o museu subterrâneo prontos.
A cidade estava mais próxima de superar o trauma, com a inauguração do Memorial do 11 de Setembro.
No subsolo, um imenso espaço dividido entre as estruturas originais ainda intactas e as paredes dos monumentos externos abriga as diversas exposições do memorial com os objetos recuperados dos escombros.
Quando as duas torres caíram, nos erguemos como uma só
frase de Michael Bloomberg, bilionário, ex-prefeito, filantropo e presidente do conselho do 9/11 Memorial & Museum, no site do fundo Never Forget, que arrecada dinheiro para as vítimas.
Nova York também tinha acabado de transformar a destruição histórica em um novo prédio mais alto que os destruídos em 2001.
That’s all, Afeganistão
A “America” confirmou que a pretensão mais forte ao invadir o Afeganistão em 2001 era a vingança. E, dentro desta narrativa, a história se encerraria em 2011, com a morte do bilionário saudita e mentor da organização extremista transnacional al Qaeda, Osama bin Laden.
20 anos depois da tragédia, no outro lado da guerra que ainda não terminou, as imagens catastróficas do aeroporto de Cabul mostram que a mensagem da “America” para a população afegã que permanece por lá é de que “isso é tudo, pessoal“.