Imagem de John Iglar por Pixabay
Em entrevista ao canal do YouTube do economista Eduardo Moreira, o médido Miguel Nicolelis alerta para uma série de desafios e riscos que o Brasil corre ao apostar no afrouxamento do distanciamento social para combater a pandemia.
A batalha número um contra a pandemia é a batalha das narrativas
Miguel Nicolelis
Ele faz parte do comitê científico do Consórcio Nordeste, e denuncia que há um falso embate entre a política e a ciência, criando um verdadeiro “pandemônio” na comunicação do governo com a população.
O pandemônio pode custar dezenas de milhares de vidas
O médico fala, ainda, sobre um “tsunami de fakenews“, e que a desinformação gerada por essa enxurrada de notícias falsas, que vão desde curas milagrosas, drogas sem comprovação científica ou mensagens de negação da gravidade, “são tão graves quanto a própria doença“.
O mundo está sendo alertado sobre a catástrofe que se aproxima do Brazil!https://t.co/EKYTZI8KpL
— Miguel Nicolelis (@MiguelNicolelis) April 12, 2020
Quanto aos cenários possíveis para o Brasil, o cientista ressalta que, neste momento, trabalha na modelagem de dados que prevêem dois extremos: um, otimista e outro, realista. Na estimativa otimista, 5% da população brasileira seria exposta ao vírus, com uma taxa de letalidade próxima à da China (considerada baixa). Neste caso, aproximadamente 250 mil brasileiros perderiam a vida para a covid-19 nos prróximos meses.
Já na estimativa realista, 50% da população contrairia o virus. Para este cenário, foi aplicada a taxa de letalidade da Itália, mais elevada que a da China. O número de casos mortais da covid-19 nesta simulação passaria de dois milhões de brasileiros em apenas alguns meses.
Mesmo o cenário otimista seria catastrófico, sem precedentes na história das epidemias no Brasil.
Leia aqui a entrevista completa do médico neurocientista Miguel Nicolelis ao jornal O Povo.