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Pastor bolsonarista evoca “justiça divina” em ameaça contra STF: assista

O líder religioso também se manifestou no Twitter em tom de convocação: "(...) POVO NA RUA ! O SUPREMO PODER É DO POVO!"Ministros militares se reuniram sem agenda oficial com o presidente Jair Bolsonaro na noite de sábado (13).

Reprodução: Facebook

Em meio ao pior momento da pandemia da covid-19 em todo o Brasil, circulam nas redes sociais pelo menos dois vídeos do líder religioso e pastor neopentecostal bolsonarista Silas Malafaia. Em um dos vídeos, em tom de ataque ao Supremo Tribunal Federal, Malafaia diz que a anulação das condenações do ex-presidente Lula na operação Lava Jato “clama aos céus que a justiça divina entre em ação“.

Efeito Lula livre: os vídeos foram postados após a decisão do ministro Edson Fachin, do STF, na segunda-feira (8). A decisão de Fachin, que não é definitiva, foi enviada pelo magistrado ao plenário do STF devido a um recurso da Procuradoria Geral da República (PGR).

A elevação do tom no discurso do líder religioso coincide com forte movimentação de grupos bolsonaristas convocando manifestações nas ruas, apesar dos números recordes de mortos por covid-19 nesta semana. Neste sábado (13), a hashtag #AmanhaSeraGigante passou boa parte do dia entre os tópicos mais visualizados no Twitter.

Assista

Estes são os links para os vídeos originais, na íntegra, na página do Facebook do pastor.

O trágico 15 de março de 2020

“Justiça divina” fardada

O vice-presidente Hamilton Mourão auxiliou na convocação para as manifestações em 2020.

Na ocasião, o vice de Jair Bolsonaro divulgou vídeo direcionado aos grupos Direita pela Pátria e Mobilização Patriota. Segundo ele, “todos os brasileiros de bem estão se unindo“. Disse ainda que apoia “a busca de um projeto que coloque o comunismo ateu no devido lugar“. Ao final, afirma que “somos todos Bolsonaro”, hashtag disseminada pelos organizadores para convocar participações à manifestações do dia 15 de março do ano passado.

Teoria da guerra híbrida

O antropólogo Piero C. Leirner levanta a hipótese de que está sendo realizada no Brasil a assim chamada Guerra Híbrida.

De acordo com o livro (acima), “não se trata de uma “guerra clássica”, com fogo, mas de uma guerra que visa sobretudo a captura e neutralização de mentes. Suas “bombas” são antes de tudo informacionais, visam causar dissonâncias cognitivas e induzir as pessoas a vieses comportamentais: percepção, decisão e ação passam a trabalhar a favor de quem ataca. Seu objetivo último é o que se chama nas teorias desse tipo de guerra de uma “dominação de espectro total”. Essa ideia de “totalidade” está no âmago da Guerra Híbrida: não há mais a separação entre guerra e política, ou “tempo de guerra/tempo de paz”; todos passam a ser, voluntária ou involuntariamente, combatentes; e não se vê exatamente nem seu princípio, nem seu fim“.

Há risco de golpe?

Relembre o que pensava o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, sobre o assunto em maio de 2020.

Entrevista concedida à Agência Pública em maio de 2020.

Proporção de militares triplica

DataCCs em chefiaCCs militares em chefiaPercentual de CCs militares em chefia
Setembro de 2013 (governo Dilma)4.9511022.06%
Setembro de 2016 (governo Temer)4.6691232,75%
Setembro de 2020 (governo Bolsonaro)5.2693436,50%
Fonte: Portal da Cidadania

“Clima estranho no ar” faz parte da estratégia

Bolsonaro se reuniu com Pazuello e mais 3 ministros em Brasília na noite deste sábado (13). Segundo matéria na GloboNews, o encontro não constava da agenda de nenhuma das autoridades. De acordo com a Secretaria de Comunicação, trata-se de “um compromisso privado do presidente”.

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