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Passam de 100 os pedidos de impeachment de Jair Bolsonaro

Em abril do ano passado, havia 30 pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro 'na mesa' do então presidente da Câmara, Rodrigo Maia; hoje, passam de 100

Reprodução: Flickr
Foto: Richard Silva

Em uma das piores semanas desde o início da pandemia, a Câmara dos Deputados registrou mais de 30 novos pedidos de impeachment somente nos últimos 7 dias. Jair Bolsonaro já havia batido o recorde de pedidos de impeachment em fevereiro com 69 pedidos, superando a ex-presidente Dilma Rousseff.

Para acessar a lista completa de pedidos e o status de cada um, visite o site especial criado pela Agência Pública clicando aqui.

Apesar do caos na gestão da pandemia e da escalada do discurso autoritário, incluindo novas ameaças graves à democracia partindo do filho do presidente, Eduardo Bolsonaro, a ideia de que o Exército é a ‘parte sensata’ do poder foi mais uma vez reforçada pelo vice-presidente Hamilton Mourão em artigo no jornal Estado de São Paulo nesta terça-feira (6).

O artigo não cita Jair Bolsonaro nenhuma vez e faz apologia à ditadura militar. “Goste-se ou não, foi o regime instalado em 1964 que fortaleceu a representação política pela legislação eleitoral“, diz o texto.

O vice-presidente também se posicionou a favor da abertura de templos religiosos, mesmo com a maior média diária de mortes desde o início da pandemia chegando a quase 2.700 óbitos por dia.

Nesta terça-feira (6) o Brasil perdeu 4.211 vidas para a COVID19, um novo recorde, com os sistemas de saúde e funerário em colapso em diversas cidades do País.

Ameaça mundial

As críticas ao governo Bolsonaro se intensificaram na imprensa nacional e internacional, impulsionadas principalmente pelas demissões ensaiadas de figuras da cúpula das Forças Armadas na semana passada.

O jornal The Guardian publicou ontem mais um editorial criticando o presidente brasileiro.

Um perigo para o Brasil e para o mundo

Editorial do jornal britânico The Guardian segunda-feira, 5 de abril

O artigo diz que é provável que Bolsonaro, a exemplo do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, possa tentar se agarrar ao poder com o uso da força. O texto também relembra que “as forças armadas já substituíram a vontade do povo antes“.

O pesadelo do coronavírus no Brasil: Bolsonaro está mais isolado do que nunca

Michael Stott em Londres, e os correspondentes Michael Pooler e Bryan Harris do jornal Financial Times em São Paulo

Oposição x Oposição

No ano passado, com a pandemia ainda no início, vozes de oposição ao governo Bolsonaro pareciam mais afinadas em torno do impeachment. Entre os mais de 100 pedidos protocolados até hoje, há desde

Hoje, entretanto, há uma mudança clara de narrativa dentro do próprio campo democrático que pode ser observada mais nitidamente após o retorno do ex-presidente Lula ao cenário eleitoral.

Em um artigo publicado no último domingo simultaneamente pelos jornais O Globo e Estadão, o ex-presidente FHC minimiza a gravidade do momento histórico atual, chama o golpe militar de 1964 de “movimento”, e considera que o episódio envolvendo a demissão da cúpula das Forças Armadas, na semana passada, traz uma falsa sensação de que o País corre “o risco da volta ao autoritarismo“.

FHC, que já foi ameaçado de “fuzilamento” por Bolsonaro insistententemente, sugere ainda que cidadãos e cidadãs apoiem um candidato de Centro. Hoje, entrevistado pelo Jornal da CBN, disse que apoia “qualquer candidato que demonstre força para bater Bolsonaro e Lula” e admitiu que apoiaria Ciro Gomes em 2022 “se ele fosse capaz de levantar o povo“.

Pesquisa mostra Lula na frente e rejeição recorde de Bolsonaro

Figura central no campo da esquerda brasileira desde a década de 1980, Lula passou Bolsonaro pela primeira vez em uma pesquisa de intenção de votos após retomar os direitos políticos, gerando conflitos ainda maiores dentro do próprio campo democrático.

A mesma pesquisa mostra rejeição recorde ao presidente

A candidatura de “centro”

Após assinar um manifesto por “mais consciência democrática” ao lado de nomes da direita e da centro-direita, Ciro Gomes ‘convidou’ Lula para vice de chapa. O PT não levou a sério.

Enquanto isso

Congresso aprova compra de vacinas pelo setor privado

Como nenhum laboratório está disposto a vender diretamente a empresas, o MInistério da Saúde vai realizar a compra e repassar as doses aos fura-fila.

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No dia mais mortal da pandemia, Bolsonaro diz que resolveria o problema “pagando o que outros governos pagavam à Globo, Folha, Estadão“.

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