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Os robôs estão “amando” o novo coronavírus

A pandemia da covid-19 está acelerando a troca de humanos por robôs. Eles não são pagos, não exigem benefícios, não viajam, não tiram férias ou entram em greve.

Foto: vectorfusionart, Shutterstock
Com informações do Eurasia Group
e do blog GZero

Enquanto a covid-19 amplia o ataque global aos corpos humanos, diretores e CEOs consideram os robôs um ótimo investimento neste momento.

Uma análise do Eurasia Group intitulada “O coronavírus e a revolução dos robôs“, divulgada esta semana, mostra que é nas análises frias de mercado que encontramos as perspectivas mais realistas do futuro.

Segundo o texto, os robôs não são pagos, não exigem benefícios, não viajam, não tiram férias ou entram em greve. Eles também não tiram licença médica, não pedem equipamentos de proteção ou espirram em outros robôs. Além disso, os robôs podem ser colocados em qualquer lugar – facilitando a volta da produção aos países de origem.

A revolução dos robôs

O Eurasia Group se autodescreve comoum grupo formado por pessoas altamente talentosas, diversas e motivadas, dedicadas a definir os negócios da política“.

Os tomadores de decisões nas empresas se assustam com a enorme queda das economias e interrupções das cadeias de suprimentos, e deixam em segundo plano o volume de vidas perdidas ou o desemprego em massa que está no horizonte.

Os robôs representam um desafio especial nos mercados emergentes, como o Brasil. Centenas de milhões de empregos estão em jogo em países com salários mais baixos, que operam há décadas como fábricas para as indústrias têxteis e de manufatura leve do mundo.

A Organização Internacional do Trabalho alertou, por exemplo, que 140 milhões de empregos apenas no sudeste da Ásia correm risco de automação nos próximos 15 anos. Isso é mais da metade da força de trabalho assalariada da região.

E isso tudo foi antes de a pandemia criar novas razões para as empresas recorrerem a robôs, a fim de proteger as cadeias de produção contra interrupções futuras. Agora, essas ‘visões’ vem exatamente dos que possuem o dinheiro nas mãos, nos bolsos, nas bolsas, nos bancos – e tem mais poder do que nunca para decidir o que vão fazer com ele.

Os governos & a revolução dos robôs

Se diretores e CEOs não estão lá muito preocupados com o futuro dos humanos e dos empregos, a análise sugere que tanto nos países ricos quanto nos pobres, é melhor que os governos estejam preparados para a virada de chave, que agora tende a ser mais rápida.

Empregos perdidos e maior desigualdade significam que os líderes políticos são pressionados a repensar os contratos sociais: ou para ajudar os que podem aprender novas habilidades para suprir os novos empregos, ou para apoiar aqueles com déficit educacional e que simplesmente não vão se adaptar à nova realidade.

Desempregados causam problemas tanto nas democracias quanto nas ditaduras.

Alex Kliment and Willis Sparks, do blog GZero

A automação vai piorar a desigualdade social também nos países ricos. Essa transição para novas formas de trabalho não será fácil. O resultado disso provavelmente vai intensificar a desigualdade que já alimentou o populismo em muitos países nos últimos anos.

A revolução robótica não vai acontecer de uma só vez. Esse tipo de mudança exige muito investimento que as empresas não fazem no momento em que a demanda por produtos é baixa.

Novo perfil de consumo é cúmplice

Se você é um consumidor ou consumidora, já deve estar observando com um novo olhar as transações que não incluem o contato pessoal – aquele tipo de atendimento que pode espalhar vírus mortais.

Se você é um investidor ou investidora, agora pode estar pensando em como a automação pode tornar as empresas mais eficientes e lucrativas, aumentando os preços das ações para que você possa se aposentar antes de completar 80 anos.

A história mostra que mudanças tecnológicas podem criar mais empregos do que matar. Mas os novos empregos provavelmente se enquadram em uma de duas grandes categorias: empregos da era digital para uma economia digital, e serviços que não pagam como costumavam pagar. Isso deixa muita gente de fora.

Por todas essas razões, a pandemia da covid-19 vai acelerar um processo de automação que já estava em andamento em muitos setores. Pesquisas mostram que a crise financeira global de 2008-2009 já levou à substituição de muitos trabalhadores por máquinas.

Nos EUA e na Europa, os empregadores já procuram automatizar muitos dos milhões de empregos perdidos nas últimas semanas no varejo, nos serviços e nas fábricas.

Robôs & Vírus

Um dos pontos negativos da revolução robótica destacado na análise divulgada pelo Eurasia Group é que os robôs também são infectados por vírus. Os vírus cibernéticos podem ser tão virulentos quanto os biológicos. Se as empresas se mobilizarem para automatizar as forças de trabalho, elas também vão ter que investir maciçamente em segurança cibernética para imunizá-las contra hackers.

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