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Ex-executivo denuncia Google: “empresa perdeu o rumo”

Foto: 9to5google
Com informações do The Guardian e da Exame
Ross LaJeunesse / Reprodução: Twitter

“Tem sido demonstrado repetidamente, seja na forma como lida com dados pessoais ou quando solicitados a abordar conteúdo violento on-line, que não podemos mais aceitar a palavra do Google”, contou Ross LaJeunesse, ex-relações internacionais do Google, ao jornal britânico The Guardian.

LaJeunesse, que agora é candidato ao senado dos EUA pelo Maine, escreveu um artigo num blog pessoal no dia 2 de janeiro revelando detalhes das circunstâncias que o levaram a se afastar da empresa.

A Alphabet, empresa-mãe do Google, tem sido alvo de manifestações de funcionários devido a divergências políticas há pelo menos três anos, e neste período passou por um pedido de demissão em massa em novembro de 2018. Estima-se que cerca de 20.000 funcionários tenham deixado os cargos em protesto na ocasião.

“Defender as mulheres, a comunidade LGBTQ, os colegas de cor e os direitos humanos me custou minha carreira”, diz LaJeunesse no texto.

Ativista pelos direitos humanos, LaJeunesse escreve que “há uma diferença significativa entre veicular anúncios com base em uma pesquisa no Google e trabalhar com o governo chinês em inteligência artificial ou hospedar os aplicativos do governo saudita, incluindo Absher, um aplicativo que permite aos homens rastrear e controlar o movimento das mulheres da família”.

E segue: “os executivos da Microsoft, Oracle e Amazon empenhados em capturar as receitas de computação em nuvem tinham pouca paciência para aqueles de nós que discutiam alguma forma de debate de princípios antes de concordar em hospedar os aplicativos e dados de qualquer cliente disposto a pagar pelo serviço”.

Em um ponto a narrativa de LaJeunesse se encontra com a de outros executivos: o afastamento dos fundadores originais, no caso do Google a dupla Sergei Brin e Larry Page, no ano passado, em conjunto com a ascensão de executivos de Wall Street no board da companhia, marcaram uma guinada em direção aos lucros, em detrimento de interesses públicos.

O Google não respondeu ao pedido de comentário do The Guardian.

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