Dia 14 de março de 2021 marca os três anos do assassinato da ativista e vereadora Marielle Franco e do seu motorista, Anderson Gomes. As autoridades ainda não chegaram ao mandante do crime, nem ao motivo. Tudo que se sabe é que Ronnie Lessa foi o autor dos vários disparos contra o carro das vítimas. O ex-PM era vizinho de Jair e Carlos Bolsonaro no condomínio Vivendas da Barra, no Rio de Janeiro.
Élcio de Queiroz, outro ex-PM e também conhecido de Bolsonaro, dirigia o carro em que estava Lessa. Ambos estão presos. Uma das linhas da investigação aponta que o assassinato da vereadora e de seu motorista tenha envolvimento do Escritório do Crime – grupo de milicianos chefiado pelo ex-capitão do BOPE Adriano Nóbrega – a fim de evitar que Marielle atrapalhasse os negócios imobiliários da milícia.
Breve histórico
Marielle era adversária ideológica do bolsonarismo e adversária política direta de Carlos Bolsonaro, também vereador. Marielle foi homenageada na placa de rua destruída por Daniel Silveira, deputado bolsonarista e ex-policial militar, detido recentemente por atos anticonstitucionais.
Silveira era considerado um PM relapso, com muitas faltas e atrasos no serviço. Porém, declarou ter matado “uns 12” no exercício da profissão, o que é negado nos registros oficiais da polícia militar. Segundo esses registros obrigatórios, Silveira nunca assinou registro de resistência e não matou ninguém em conflito armado.
O também ex-PM Fabrício Queiroz, amigo de Jair Bolsonaro e acusado de participar do esquema de “rachadinhas” de Flávio Bolsonaro, teve ligação direta com o ex-capitão do BOPE Adriano Nóbrega.
Em uma entrevista ao jornal O Globo, o sargento da PM e vereador carioca Ítalo Ciba (Avante) disse que Nóbrega frequentava o gabinete de Flávio Bolsonaro a convite de Fabrício Queiroz que, na época, era chefe da segurança do filho do presidente.
Nóbrega foi homenageado por Flávio Bolsonaro várias vezes nos últimos 20 anos. Flávio foi visitar o ex-capitão do BOPE na prisão em 2005 quando ainda era deputado estadual pelo RJ. O agora senador Flávio, quando questionado sobre a visita, disse que se tratava da entrega da Medalha Tiradentes, maior honraria concedida pela Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Há muitos nomes envolvidos, e muitas foram as mudanças nos rumos da investigação. Apesar de ter um sobrenome recorrente ligado aos principais suspeitos do assassinato da vereadora, há 1.096 dias duas perguntas permanecem: quem mandou o vizinho dos Bolsonaro matar a Marielle, e por quê?