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Autor de “Na Dúvida, Não Empreenda!” prepara novo livro

A segunda obra, ainda sem título, pretende "ressignificar o termo 'sair da zona de conforto'" e outros clichês propagados à exaustão por gurus do empreendedorismo.

Reprodução: nãoempreenda.com

Se existem os “hackers do bem”, que testam a segurança de sistemas, existem também os “empreendedores do bem”, que contribuem positivamente para o debate sobre empreendedorismo.

Fábio Rodrigues é, sem dúvida, um desses “empreendedores do bem”.

Depois da nossa primeira conversa pelo Zoom e de ter lido o livro “Na Dúvida, Não Empreenda!” (Editora Migalhas, 2019), percebi que o Fabio é genuinamente o narrador por trás das linhas do primeiro livro.

O próximo, ainda sem título confirmado, deve ser lançado nos próximos meses por uma nova editora, a Editora Gente.

Para assessorá-lo, Fábio conta com a ajuda da agência de influenciadores digitais Music2/Mynd, que anunciou em agosto a extensão de seus serviços a executivos e empresários.

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Mais que networking, friends

Parecia algo impossível de acontecer: fazer um amigo no LinkedIn. Até eu conhecer o Fabio na semana passada, contrariando todos os meus preconceitos com ‘aquela rede’. A história é mais ou menos essa.

Há algumas semanas, eu tinha comentado uma publicação no LinkedIn, feita por uma ex-colega de trabalho de longa data, e que hoje é diretora em uma bigtech. Ela começa o post assim:

Eu não sou empreendedora. Ou melhor, sou empreendedora dentro das empresas que trabalhei, intraempreendedora. Gosto de ter chefe, decimo terceiro, carteira assinada….

Paula Paschoal, Managing Director Google Pay

No final do post elogioso à CLT, a Paula indicava a leitura do livro do Fabio.

Fiz um comentário “Concordo demais!”, seguido de um link para um texto que publiquei aqui em Vida Indigital no início de 2020 que se chama “Sete fake news sobre empreendedorismo” e que fala sobre algumas ideias erradas que circulam sobre empreender.

O Fabio leu o meu texto e comentou no post da nossa conexão em comum.

Ele disse: “Aplausos de pé…”, o que obviamente chamou a minha atenção, uma vez que a expectativa em relação às redes sociais quando se defende a CLT hoje em dia tende a ser a de receber ataques.

Ele também tinha me enviado uma mensagem privada para marcarmos uma conversa, com uma cópia digital do livro “Na Dúvida, Não Empreenda!” anexada.

Li o livro inteiro antes da nossa conversa. Ao terminar, me vi impressionado com a coincidência de ideias contidas no livro dele e no meu texto.

Cheguei a desconfiar que o meu próprio texto fosse um plágio do livro dele, ou que eu havia me inspirado nas histórias dele para escrever o texto sem dar o devido crédito.

Acessando a minha memória sobre a escrita do texto, alguns segundos depois, eu tive a certeza de que nada no texto tinha vindo de lugar nenhum além da minha cabeça.

Logo escrevi para ele: “me questionei se na verdade o meu texto não é um plágio do seu livro!”, ao que ele respondeu com risadas.

Nossa conversa

No site do Fabio, o naoempreenda.com, ele se apresenta como “empreendedor serial”. No livro, eu fiquei sabendo que a atual empresa dele, a U5 Marketing – Designers as a Service, ou “U5”, é na verdade a ‘sobrevivente’ de quatro outras empresas em que ele foi dono ou sócio nos últimos 15 anos.

A U5 faz o intermédio entre grandes empresas e designers por serviço prestado, ou ‘sob demanda’. Ele me contou que a U5 é formada por 70 pessoas espalhadas entre Brasil e Portugal, onde reside hoje.

A ideia não é desanimar, mas desiludir

Frase-chave do primeiro livro de Fabio Rodrigues

O próximo livro ainda não tem título, mas de acordo com um post recente dele, a obra vai questionar o clichê “saia da zona de conforto”, propagado exaustivamente no mundo do empreendedorismo.

A impressão positiva que o Fabio me deixou se deve, além do êxito em falar abertamente sobre as diferenças nem sempre evidentes entre ter um emprego e abrir uma empresa, à forma com que ele passeia pelas dificuldades sem soar mais um homem branco vendendo ilusões a partir de uma posição de privilégio.

Pelo contrário, ele consegue se diferenciar com sucesso da horda de falsos gurus que parecem preencher todos os espaços que se propõem a ajudar as pessoas a empreender um negócio.

Ele me disse que 80% das pessoas que empreendem fracassam, independentemente da atual crise econômica, e questiona como a sociedade lida para acolher a ‘multidão de fracassados’. Sobre isso, ele diz que contou com o apoio incondicional da esposa, dos filhos e dos pais para que ele pudesse ‘fracassar’ até acertar, e como é importante planejar os números da futura empresa com pessimismo.

Ele cita uma das empresas que teve, de cartões pré-pagos de celular, que ‘desapareceu’ porque simplesmente não existem mais cartões físicos. Ele ressalta que o fluxo de caixa deve ser a preocupação número 1 de quem vai empreender, e a importância de se manter longe do crédito bancário.

“Valida a ideia com várias pessoas, não sai alugando sala e abrindo CNPJ”, diz ele.

Perguntei a ele: “Será que eu teria desistido de empreender em 2014 se tivesse lido o seu livro naquela época?”

E ele me disse: “talvez não, mas você pelo menos estaria mais preparado para o que viria pela frente.”

Quando questionei sobre a motivação que o levou a seguir o caminho de autor, ele me respondeu que vale a pena se fizer sentido para uma única pessoa. Ele mencionou a história de um leitor que havia desistido de largar o emprego para empreender por causa do livro dele.

Em resumo, o Fabio tenta demover a ideia de empreender da sua cabeça do início ao fim de seu primeiro livro. Mas se, depois de lê-lo, você já decidiu ou já está empreendendo, ele faz questão que você saiba que, embora possa não parecer, você tem muito a perder.

Leia o 1º capítulo de "Na Dúvida, Não Empreenda!" clicando aqui.
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