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Um cérebro com implante conectado ao 5G permitiria aos hoje humanos controlar tudo com o pensamento, dos aparelhos domésticos até a comunicação com outras pessoas. A inteligência artificial estaria então acoplada ao cérebro humano, como na ficção científica. Alguns de nós se tornariam transhumans.
A realidade: um desajuste climático severo, ameaças biológicas e nucleares iminentes, novas epidemias, onde alguns teriam implantes, e uma grande maioria não. De qualquer forma, seríamos facilmente identificáveis através de um massivo sistema de reconhecimento facial, facilitando os pagamentos no supermercado e a execução de sentenças judiciais, além de outros serviços.


Some a toda essa conveniência a possibilidade de editar o DNA, não apenas para escolher a cor dos olhos ou evitar doenças congênitas, mas projetada para melhorar a peformance do corpo humano com os novos dispositivos… praticamente não há limites em 2020 para a engenharia genética e a inteligência artificial. Experimentos secretos, sem dúvida, ocorrem neste instante.
O cenário desenhado gera uma pressão visível para o rompimento de barreiras éticas e morais em larga escala. Fascinados pela tecnologia, pouco questionamos. As big techs não escondem – aliás, propagandeiam – os pesados investimentos na área, seja em pesquisa ou na compra de startups. Além disso, conforme alertou o The Intercept no final do ano passado, as big techs também influenciam com vultosas doações as discussões em volta de uma “ética em inteligência artificial”.
As big techs inventaram uma “ética em AI” para burlar a regulação
The Intercept
O CEO da Alphabet, Sundar Pichai, defende uma regulação da inteligência artificial, uma vez que o impacto da IA em nossas vidas, segundo ele, “será maior que o da eletricidade”. Será que essa defesa da regulação não seria uma tentativa de manipulação da opinião pública, vindo de quem está vindo?
O executivo reconhece que haverá efeitos colaterais na disseminação das tecnologias de IA, e usa como exemplo as indesejadas fakenews, que se tornaram o terror das mais sólidas democracias do mundo nos últimos anos em nome da livre disseminação da informação.
A livre circulação da informação resultou nas fakenews, em queserá que poderia resultar a permissão para as big techs irem em frente com experimentos que podem remodelar o mundo como o conhecemos? A Alphabet, casualmente, anunciou em outubro que entramos oficialmente na era da supremacia quântica. Graças aos seus dados e aos meus, e aos bilhões de dólares e a milhares de engenheiros.
Se o impacto da inteligência artificial nas sociedades vai ser maior que o causado pela eletricidade, quais seriam os possíveis efeitos indesejados da IA?
A criação da irrealidade sempre foi a arte mais obscura da comunidade de inteligência
Edward Snowden, no livro Eterna Vigilância
Diga adeus ao Homo sapiens
O Homo sapiens subjugou todas as outras espécies, e a isto demos o nome de civilização. Seria agora o momento na História em que o Homo sapiens subjuga a si mesmo? Segundo o historiador israelense Yuval Noah Harari, “não somos mais Homo sapiens. A ideia geral do que significa ser um organismo vivo mudará quando dispormos da capacidade de conectar diretamente, por exemplo, os cérebros aos computadores“.
Os robôs estão mais vivos do que nunca. Que nome daremos ao que está no horizonte, e que horizonte é esse?