visite a feira de discos usados

As falhas e as ruínas do sistema são humanas

A ausência de Achille Mbembe na abertura do evento #FAIL reforça a ideia de uma realidade falha, incerta e imprevisível

Reprodução: apresentação da professora Giselle Beiguelman, da USP

Na semana anterior ao “grande bug” do Facebook, um evento organizado pelo Medialab da UFRJ no Youtube chamado “#FAIL – Tecnologia e Política: pensar e fazer mundos a partir de suas falhas e ruínas” se dividiu em três grandes temáticas: a falha neoliberal; a tecnológica; e a climática.

Reprodução: canal no Youtube do Medialab UFRJ

Descrição do evento pelos organizadores

Habitar as falhas: essa é a provocação e o convite lançados nesse encontro. Explorar o domínio da falha como lócus privilegiado para o entendimento do nosso tempo, assim como para sua urgente reimaginação e reconstrução num momento histórico que acumula uma sobreposição de panes: a falha da promessa tecnológica e o crescente poder extrativo das plataformas digitais; a falha da democracia e a ascensão dos neototalitarismos; a falha ambiental e o novo regime climático; a falha epistemológica e o colapso dos regimes modernos de verdade; a falha econômica e as ruínas do neoliberalismo. E, por fim, a “falha das falhas” materializada na pandemia de COVID-19.

De que modo todas essas falhas nos interpelam? Sabemos que não adianta chamar os técnicos e experts para consertar. Não vai passar. Não passarão!

Habitar a falha é situar-se na pausa que ela impõe, nos desarranjos que ela instaura e — sem ignorar suas ambiguidades e armadilhas — tomá-la como ocasião para novas composições e negociações. Habitar a falha é “permanecer com o problema” (Haraway) e “ocupar as ruínas”, no sentido que Anna Tsing propõe: “dedicar-se ao trabalho de viver juntos, mesmo onde as probabilidades estejam contra nós”.

Tarefa coletiva e mais que humana.

Você encontra os vídeos completos dos eventos mais abaixo.

Dia 1 – Abertura

O evento “#FAIL | Tecnologia e política: pensar e fazer mundos a partir de suas falhas e ruínas” convida a explorar a falha como lócus privilegiado para o entendimento do nosso tempo, assim como para sua urgente reimaginação e reconstrução, em um momento de sobreposição de panes.

Nota da redação: o filósofo camaronês Achille Mbembe não participou da mesa de abertura.

Dia 2 – #FAIL Neoliberal

Na primeira mesa temática do #FAIL, recebemos Alana Moraes (Museu Nacional, UFRJ), Paulo Galo (Entregadores ANTIFA), Rodrigo Nunes (PUC-Rio) e Veronica Gago (UBA, Argentina) para explorar as falhas da razão neoliberal, em suas diversas dimensões. A mediação é de Leticia Cesarino (UFSC).

Dia 3 – #FAIL Tecnológico

Na segunda mesa temática do #FAIL, recebemos Erick Felinto (UERJ), Giselle Beiguelman (USP), José Messias (UFMA) e Paola Ricaurte (Inst. Tecnologico Monterrey, México) para explorar as falhas tecnológicas em suas diversas dimensões. A mediação é da coordenadora do MediaLab.UFRJ, Fernanda Bruno.

Dia 4 – #FAIL Climático

Na terceira mesa temática do #FAIL, recebemos Alyne Costa (UFRJ, Puc-Rio), Francineia Fontes Baniwa (Walipere-dakeenai, Museu Nacional/UFRJ) e Luiz Alberto Oliveira (CBPF) para explorar as falhas climáticas em suas diversas dimensões. A mediação é de Cinthia Mendonça (Silo Arte e Latitude Rural).

Sobre os organizadores

O MediaLab.UFRJ é um laboratório experimental e transdisciplinar sediado na Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Suas pesquisas voltam-se para os cruzamentos entre tecnopolíticas, subjetividades e visibilidades. // A Lavits é uma rede formada por pesquisadores, ativistas e artistas latino-americanos voltados para as questões que envolvem novas tecnologias e o aumento da vigilância sobre os cidadãos por parte dos governos e de grandes corporações.

Pular para o conteúdo