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Neste mês de março, a Agência Pública completa dez anos. Fundada em 2011 por repórteres mulheres, a Pública é a primeira agência de jornalismo investigativo sem fins lucrativos do Brasil. Para comemorar este marco tão importante, vamos realizar ao longo do mês uma série de seis conversas para debater o presente e o futuro do Brasil.
Os debates serão realizados online com inscrições gratuitas, que podem ser feitas logo abaixo. As conversas serão realizadas nos dias 6, 13 e 20 de março. Também teremos uma edição comemorativa do podcast Pauta Pública. Confira a programação completa a seguir.
1 – O Bolsonarismo (6 de março, 16h30): assista
Entender e explicar o Bolsonarismo como força política é a ideia da mesa com estes dois grandes pensadores. O que o presidente representa para seus apoiadores e para o cenário político do país como um todo?
Lilia Schwarcz
Lilia Schwarcz é professora titular em Antropologia da Universidade de São Paulo e Global Scholar e Professora Visitante na Universidade de Princeton. Publicou vários livros, como “Retrato em branco e negro” (1987), “Racismo no Brasil” (2001), “Dicionário da escravidão e da liberdade” (com Flavio Gomes, 2018)”, e “Sobre o autoritarismo brasileiro” (2019). Escreve regularmente para jornais como Folha de S. Paulo, Estado de S. Paulo e Nexo.
Marcos Nobre
Marcos Nobre é professor de filosofia da Unicamp, presidente do Cebrap e co-diretor do Mecila. Entre outros, publicou, pela Todavia, “Como nasce o novo. Experiência e diagnóstico de tempo na Fenomenologia do espírito de Hegel” (2018) e “Ponto-final. A guerra de Bolsonaro contra a democracia” (2020).
Mediador: Thiago Domenici
Editor e repórter da Agência Pública, tem 17 anos de experiência com jornalismo e comunicação com passagens por outras publicações independentes como as revistas Caros Amigos e Retrato do Brasil. É coautor dos livros-reportagens “Brasil Direitos Humanos”, publicado em 2008 pela Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República e “Ni pan ni circo – historias de hambre en América Latina”, publicado em 2016 pela fundação Friedrich Ebert. Tem experiência em análise de documentos como os publicados pelo WikiLeaks e o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) – como as parcerias sobre os Panama Papers. Já recebeu diversos prêmios por reportagens individuais e em equipe; foi finalista do Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos e do Prêmio Gabo/FNPI pelas coberturas da Agência Pública sobre Amazônia.
2 – Gênero e Religião (6 de março, 18h30): assista
Existe possibilidade de diálogo entre religiosos e ativistas pelos direitos das mulheres e pessoas LGBTQI+? Se desejamos uma sociedade democrática e políticas públicas que atendam a todos, temos de acreditar que sim. Para essa discussão convidamos uma teóloga e pastora luterana, e uma educadora e ativista travesti.
Amanda Palha
Amanda Palha, travesti e bissexual, feminista e anticapitalista, é educadora popular e atua como militante LGBTI e em associações filiadas à ANTRA – Associação Nacional de Travestis, Mulheres Transexuais e Homens Trans. Está hoje assessora da Comissão de Cidadania, Direitos Humanos e Participação Popular da ALEPE – Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco.
Pastora Lusmarina Campos
Lusmarina Campos é teóloga e pastora da Igreja Luterana, e doutoranda na Faculdade Nacional de Direito da UFRJ. Foi presidente do Conselho de Igrejas Cristãs do Rio De Janeiro e representou o ISER (Instituto de Estudos Religiosos) no debate sobre descriminalização do aborto no STF em 2018. Também foi uma das articuladoras do pedido de impeachment de Bolsonaro protocolado pelas lideranças evangélicas e católicas em janeiro deste ano.
Mediadora: Andrea Dip
Andrea Dip é repórter especial e editora na Agência Pública de Jornalismo Investigativo. Trabalha com jornalismo em direitos humanos desde 2001. Recebeu nove prêmios de jornalismo em Direitos Humanos e foi finalista do Prêmio Gabriel García Márquez para o Novo Jornalismo Ibero-Americano em 2015, junto ao quadrinista Alexandre de Maio, com a primeira reportagem investigativa feita em quadrinhos no Brasil. Em maio de 2018 publicou seu primeiro livro reportagem “Em nome de Quem? A bancada evangélica e seu projeto de poder” que recentemente levou o 3o lugar no Prêmio da Biblioteca Nacional. No mesmo ano lançou o minidoc “Sob Constante Ameaça” realizado em co-direção com o artista Guilherme Peters. É becária Cosecha Roja e Independent Journalism Program de Open Society Foundation 2018 na cobertura sobre juventude, desigualdade e pobreza, violência contra as mulheres, crimes de ódio e ataques contra a comunidade LGBTQ.
3 – A juventude acredita em quê? (13 de março, 16h30): assista
Hiperconectada e acostumada a uma cultura de jovens influenciadores na qual todo mundo pode ser um comunicador, a juventude de hoje constrói o futuro a partir da telinha dos seus celulares. Como os jovens de hoje consomem informação e o que querem do futuro? Dois artistas de áreas diferentes são convidados a refletir sobre esse tema.
Bell Puã
Bell Puã é poeta, cantora, compositora e atriz pernambucana, além de mestre em História pela UFPE. Foi vencedora do Campeonato Nacional de Poesia Falada – SLAM BR 2017, representante do Brasil na Poetry Slam World Cup 2018, em Paris, e convidada da FLIP 2018. Vencedora do Prêmio Malê de Literatura (2019), é autora dos livros “É que dei o perdido na razão” (Castanha Mecânica, 2018) e “Lutar é crime” (Letramento, 2019), sendo esse último finalista do Prêmio Jabuti 2020.
Gregório Duvivier
Gregorio Duvivier é ator, roteirista e escritor. É um dos idealizadores do coletivo Porta dos Fundos e autor dos livros “A partir de amanhã eu juro que a vida vai ser agora” (2008) e “Ligue os pontos – poemas de amor e big bang” (2013). Assina uma coluna no jornal Folha de S.Paulo e está à frente do programa Greg News, na HBO, que mistura política e humor.
Mediadora: Fabiana Moraes
Professora e pesquisadora do curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Pernambuco. Jornalista e doutora em Sociologia, tem pesquisas acadêmicas e reportagens voltadas para a questão da hierarquização social com foco na (in)visibilidade de grupos vulneráveis. É vencedora de três prêmios Esso: Os Sertões (2009; O Nascimento de Joicy (2011) e A Vida Mambembe (2007). Recebeu ainda os prêmios Petrobras de Jornalismo (2015) com a série Casa Grande e Senzala; o Embratel (2011) com o especial Quase Brancos, Quase Negros e três prêmios Cristina Tavares (Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco) com Os Sertões, Quase Brancos Quase Negros e A História de Mim (2015). Lançou cinco livros: Os Sertões (Cepe, 2010), Nabuco em Pretos e Brancos (Massangana, 2012); No País do Racismo Institucional (Ministério Público de Pernambuco, 2013); O Nascimento de Joicy (Arquipélago Editorial, 2015); Jormard Muniz de Britto – professor em transe (Cepe, 2017). Realizou o documentário Dia de Pagamento (2015) e investiga jornalismo, subjetividade e a relação entre celebridade e pobreza.
4 – Militares e a política (13 de março, 18h30): assista
Qual o papel dos militares na democracia? Convidamos especialistas para discutir um tema que tem se tornado cada vez mais presente no Brasil atual.
Maria Elizabeth Rocha
Maria Elizabeth Rocha foi a primeira mulher nomeada Ministra do Superior Tribunal Militar do Brasil, empossada em 2007, e também a primeira mulher a presidir o STM em seus 212 anos de existência. É professora universitária e autora de vários livros e artigos jurídicos publicados no Brasil e no exterior. Recebeu várias premiações na área de Direitos Humanos por atuar na defesa das minorias e Estado Democrático de Direito.
José Murilo de Carvalho
José Murilo de Carvalho é doutor em Ciência Política pela Universidade de Stanford, Estados Unidos. É professor emérito da UFRJ e Honoris Causa pela Universidade de Coimbra. Publicou livros sobre o Império e a Primeira República e sobre os militares no Brasil, este último intitulado Forças Armadas e Política no Brasil, com última edição em 2020. É membro da Academia Brasileira de Ciências e da Academia Brasileira de Letras.
Mediadora: Natalia Viana
Natalia Viana é jornalista há 20 anos, diretora e co-fundadora da Agência Pública e Jornalismo Investigativo. É autora e co-autora de quatro livros sobre violações direitos humanos: Plantados no Chão (Conrad, 2007), Jornal Movimento, uma Reportagem (Manifesto, 2010) e Habeas Corpus: Que Se Apresente o Corpo (Secretaria de Direitos Humanos, 2010) e o e-book O Bispo e Seus Tubarões, sobre o impeachment de Fernando Lugo no Paraguai (Agência Pública, 2013). Como repórter e editora, venceu diversos prêmios de jornalismo, entre eles o Prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos (2005/2016/2020), o prêmio Comunique-se (2016/2017), o Prêmio Trofeu Mulher Imprensa (2011/2013), prêmio Gabriel García Márquez (2016) e Ortega y Gasset (2020). Em 2016, foi a jornalista brasileira mais premiada. Em 2019, sua série Efeito Colateral, sobre civis mortos pelo Exército, foi finalista do prêmio Shining Light Award, da Rede Global de Jornalistas Investigativos. Em 2018, foi reconhecida como empreendedora social da rede Ashoka e passou a integrar o Conselho Reitor da Fundação Gabriel García Márquez. Escreve colunas de opinião para o site El Diario, na Espanha.
5 – Barbárie na política (20 de março, 16h30)
Violências de toda ordem e impunidade num país permeável ao autoritarismo crescente são o tema dessa conversa que coloca em questão como a transição da ditadura militar para a democracia resultou em mais liberdades políticas e direitos sociais, contudo, não foi capaz de garantir o mais essencial: o direito à vida.
Anielle Franco
Anielle Franco é cria da favela da Maré no Rio de Janeiro. É bacharel em Jornalismo e Inglês pela Universidade Central de Carolina do Norte e bacharel-licenciada em Inglês/Literaturas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. É mestra em Jornalismo e Inglês pela Universidade de Florida A&M, e atualmente é mestranda em uma universidade federal no Rio de Janeiro (Cefet) cursando relações étnico-raciais com o foco na identidade das mulheres negras através da memória e legado de Marielle Franco, sua irmã e inspiração diária. É a atual diretora do Instituto Marielle Franco, curadora do Projeto Papo Franco e também da Escola Marielles. Colunista convidada da revista Marie Claire e Mídia Ninja.
José Claudio Souza Alves
José Cláudio Souza Alves é sociólogo, professor da UFRRJ, autor do livro: Dos Barões ao Extermínio: Uma História da Violência na Baixada Fluminense. Estuda e debate o tema dos grupos de extermínio e milícias há 28 anos.
Mediador: Bruno Paes Manso
Jornalista e pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da USP, autor de “A República das Milícias – dos esquadrões da morte à era Bolsonaro (2018)”.
6 – Negacionismo científico e mudanças climáticas (20 de março, 18h30)
A mudança climática é o desafio central da humanidade nos próximos anos, e a ciência vem se unindo aos saberes tradicionais para evitar que seus efeitos se tornem ainda mais graves. No entanto, alguns ainda insistem em negar as evidências científicas. O autor de “Ideias para Adiar o Fim do Mundo” e uma das maiores estudiosas brasileiras sobre aquecimento global e negacionismo falam sobre o tema.
Ailton Krenak
Ailton Krenak é ativista do movimento socioambiental e de defesa dos direitos indígenas. Participou da organização da Aliança dos Povos da Floresta, que reúne comunidades ribeirinhas e indígenas na Amazônia. É doutor honoris causa pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Publicou os livros “Ideias para adiar o fim do mundo” (2019) e “O amanhã não está à venda” (2020), entre outros.
Déborah Danowski
Déborah Danowski é professora da Pós-Graduação em Filosofia da PUC-Rio, especialista em metafísica moderna e, já há mais de uma década, vem trabalhando com diversos aspectos da catástrofe ecológica global. Possui artigos e livros publicados sobre o assunto, entre os quais “O hiperrealismo das mudanças climáticas e as várias faces do negacionismo”; Há mundo por vir? Ensaio sobre os medos e os fins (com Eduardo Viveiros de Castro) – traduzido em diversas línguas; e o cordel Negacionismos. Déborah também tem tido importante atuação como ativista contra a destruição do mundo pelo modelo neoliberal e seus imperativos do consumo, do progresso e do crescimento econômico.
Mediadora: Marina Amaral
Marina Amaral é jornalista desde 1984 com passagens pelas redações da Folha de S. Paulo, revista Globo Rural, TV Record e TV Cultura. A partir de 1997, passou a atuar no jornalismo independente, participando da fundação da Revista Caros Amigos, da qual foi repórter especial e editora executiva até 2007. Nesse período conquistou um Prêmio Herzog pelo conjunto de reportagens publicadas em Caros Amigos (1998) e uma menção honrosa em conjunto com o jornalista João de Barros (2004). Entre 2008 e 2009, coordenou uma equipe de 13 jornalistas em levantamento inédito sobre Direitos Humanos no Brasil, a pedido da Secretaria Nacional de Direitos humanos e atuou como repórter no livro “Jornal Movimento, uma reportagem”. Desde 2011 é diretora e co-fundadora da Agência Pública.