Foto: Alexander Schimmeck, do Unsplash
Quem tinha US$100 em fevereiro de 2019, poderia trocá-los por R$365 reais. Hoje, dia 6 de março de 2020, os mesmos cem dólares valem R$465. Quem tinha esses dólares, ou aplicações em fundos cambiais, ganhou mais de 20% de lá pra cá, ou aproximadamente 17% se considerada a inflação no período.
Para quem tem dólares, isto parece ótimo.
Mas, para atrapalhar a festa dos dolarizados, a grande maioria das pessoas no Brasil – que tem Reais – o dólar alto indica que, em relação ao resto do mundo, temos menos dinheiro. Parece óbvio, mas há quem defenda um câmbio desvalorizado mesmo sem ter um dólar no bolso.
Depois da guerra comercial EUA-China, o Coronavírus
A guerra comercial dos EUA com a China pressionou o câmbio no Brasil enquanto durou. Quando a trégua entre os dois países entrou em vigor, na metade de fevereiro, o coronavírus já fazia a China rever a previsão de crescimento de 5,5% para 4,6% em 2020 – o que muitos analistas interpretam como uma iminente catástrofe financeira – e o Real era a moeda que contabilizava a maior desvalorização do mundo.
FED corta juros em reunião extraordinária
Em meio a tudo isso, o FED – o Banco Central dos EUA – convocou uma reunião extraordinária nesta terça, dia 3, e decidiu baixar a taxa básica de juros. A última reunião extraordinária para baixar os juros aconteceu durante a grande crise de 2008., pegar dólares emprestados fica mais barato e, em uma análise histórica, tende a ajudar escoar a moeda norte-americana para mercados que pagam taxas mais atraentes.
Ao invés de o câmbio ceder, ele parece ter explodido. Nesta quinta-feira, o ministro da Economia Paulo Guedes afirmou em entrevista que “se fizer bobagem, pode chegar a R$5“.
A qual “bobagem”, e de quem, o ministro se refere?