O Dia Internacional da Visibilidade Trans surgiu em 2009 quando uma ativista trans, a estadunidense Rachel Crandall, decidiu que era preciso uma data para celebrar a vida das pessoas trans.
Um dia para que todas as pessoas possam se conscientizar dos direitos das pessoas trans, não apenas como vítimas de crimes transfóbicos e violências físicas e simbólicas às quais são expostas.
É um dia de celebrar a diversidade e a vida trans
O Brasil ainda é um campeão em matar pessoas transgênero, sobretudo mulheres trans. Uma estatística que parece acompanhar outro índice vergonhoso do país: o de feminicídios.
Mesmo assim, mais pessoas trans estão conquistando mais espaço na sociedade, ainda que a passos lentos e sem a massiva participação das pessoas cisgênero. (Se você não entendeu o termo cisgênero, então saiba que você é uma pessoa cisgênero e também precisa combater a transfobia).
A data é para jogar luz na luta pelos direitos de homens e mulheres trans, removendo barreiras ao mercado de trabalho, ampliando a aceitação social e a inclusão efetiva na sociedade.
Diante do ódio e da transfobia existentes no país, muitas pessoas trans se lançaram a cargos políticos para conquistar direitos e representatividade nas bases do poder.
Nas eleições de 2019 no Brasil, houve um recorde de mulheres trans eleitas. A candidata Erika Hilton foi a vereadora eleita com a maior número de votos em todo o país na cidade de São Paulo. Com menos de 30 anos, a transvestigênere negra tem uma atuação de destaque no cargo.
Homens trans são menos lembrados quando falamos em pessoas transgênero, mas eles não são poucos. O número de pessoas que se identificam como homem trans, mulher trans, intersex e não-binário vem aumentando ano a ano, mesmo que em muitos lugares do mundo ainda seja considerado crime ser trans.
Num momento de tensão entre a extrema-direita no poder e a resistência de um número sem precedentes de mulheres trans na esfera pública, ataques covardes a parlamentares trans têm sido frequentes. Mas elas resistem e fortalecem-se, não vão retroceder. O dia 31 de março é um dia para constatarmos isso.
Infância trans
A aceitação da identidade na infância, com uma nova abordagem de inclusão na escola, amplifica as oportunidades de trabalho e ilumina o futuro das pessoas trans.
A estranheza por parte de uma sociedade binária, heteronormativa e/ou tradicional deve ficar cada vez mais enfraquecida. Ainda bem, todes ganham.