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“Detox Facebook” mira anunciantes e ganha apoio do Sleeping Giants

Foto: Ink Drop, Shutterstock

Os posts de Donald Trump incitando o racismo nas redes sociais geraram uma reação que mira desidratar as receitas de anúncios do Facebook. Um grupo de 60 grandes anunciantes na plataforma – como Coca Cola, Microsoft, Amazon, McDonalds, Nestlé, Disney e Google – começa a ser convidado pelo perfil anônimo do Twitter, Detox Facebook, a repensar os investimentos em marketing na empresa de Mark Zuckerberg.

Reprodução: Detox Facebook

A tática é parecida com a que o perfil Sleeping Giants utiliza para persuadir empresas a bloquear anúncios em sites de fake news e de desinformação.

No caso do Detox Facebook, a ideia é pressionar Mark Zuckerberg pelo bolso: ao convencer grandes anunciantes de evitar anúncios na plataforma, o grupo acredita que pode haver uma atitude mais contundente do CEO da rede social e segunda maior plataforma de anúncios online do mundo a repensar decisões como manter posts racistas e com incitação à violência.

“Não Compramos Ódio”

Em apoio ao movimento Black Lives Matter (vidas negras importam), o perfil conscientiza os consumidores para que acompanhem as respostas das 60 empresas aos pedidos de posicionamento público sobre o financiamento dos discursos de ódio.

O Sleeping Giants retuitou um dos tweets do Detox Facebook nesta sexta-feira

Os idealizadores comentam nos tweets que se inspiraram em dois outros movimentos: um é o Sleeping Giants, que mira desidratar a receita de publicadade de um site por vez, e atingiu 250 mil seguidores em quatro dias na versão brasileira; e o perfil Stop Funding Hate, que ainda não tem um genérico brasileiro, mas já conta com mais de 100 mil seguidores na versão dos EUA e também questiona os anunciantes em público sobre campanhas veiculadas em veículos voltados à desinformação, propagação de discursos de ódio e fake news.

Delete o Facebook

A denúncia de Edward Snowden de que a NSA tinha acesso a plataformas de redes sociais, impulsionada pelo escândalo da Cambridge Analytica, nas eleições de 2016, sobre o vazamento massivo e manipulação de dados de eleitores nos EUA, desencadou campanhas esporádicas, a cada nova polêmica envolvendo o Facebook, para que os usuários encerrem as suas contas na rede social.

Nas últimas semanas, após o embate de Mark Zuckerberg com boa parte da opinião pública e também com os próprios funcionários, a hashtag #deleteFacebook voltou a ser vista nos trending topics do Twitter algumas vezes.

O movimento hacker Anonymous voltou a comentar sobre porque utiliza o Twitter – e não o Facebook – para se comunicar com o grande público. Respondendo a um questionamento de um seguidor, o perfil disse que o Facebook “compartilha dados dos usuários com o governo”, e defendeu que o Twitter continua sendo o mais apropriado para assegurar o anonimato diante das autoridades.

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