Foto: Ink Drop, Shutterstock
Os posts de Donald Trump incitando o racismo nas redes sociais geraram uma reação que mira desidratar as receitas de anúncios do Facebook. Um grupo de 60 grandes anunciantes na plataforma – como Coca Cola, Microsoft, Amazon, McDonalds, Nestlé, Disney e Google – começa a ser convidado pelo perfil anônimo do Twitter, Detox Facebook, a repensar os investimentos em marketing na empresa de Mark Zuckerberg.
A tática é parecida com a que o perfil Sleeping Giants utiliza para persuadir empresas a bloquear anúncios em sites de fake news e de desinformação.
No caso do Detox Facebook, a ideia é pressionar Mark Zuckerberg pelo bolso: ao convencer grandes anunciantes de evitar anúncios na plataforma, o grupo acredita que pode haver uma atitude mais contundente do CEO da rede social e segunda maior plataforma de anúncios online do mundo a repensar decisões como manter posts racistas e com incitação à violência.
“Não Compramos Ódio”
Trump is inciting violence. On a platform controlled one man: Mark Zuckerberg. Enough is enough. #BlackLivesMatter. Join us. Tell your favourite brands #WeDontBuyHate. Together we can turn off the advertising money & detox Facebook.@ProcterGamble@CocaCola@McDonalds@Nike pic.twitter.com/AUTeO8IeY2
— Detox Facebook (@Detox_Facebook) June 5, 2020
Em apoio ao movimento Black Lives Matter (vidas negras importam), o perfil conscientiza os consumidores para que acompanhem as respostas das 60 empresas aos pedidos de posicionamento público sobre o financiamento dos discursos de ódio.
O Sleeping Giants retuitou um dos tweets do Detox Facebook nesta sexta-feira
Os idealizadores comentam nos tweets que se inspiraram em dois outros movimentos: um é o Sleeping Giants, que mira desidratar a receita de publicadade de um site por vez, e atingiu 250 mil seguidores em quatro dias na versão brasileira; e o perfil Stop Funding Hate, que ainda não tem um genérico brasileiro, mas já conta com mais de 100 mil seguidores na versão dos EUA e também questiona os anunciantes em público sobre campanhas veiculadas em veículos voltados à desinformação, propagação de discursos de ódio e fake news.
If you're a @Nissan customer, please send them a polite & friendly message encouraging them to pull their advertising from Republic Bharat & #StopFundingHate – cc @NewsLaundry @Slpng_Giants_FR @Memeghnad @IAMCouncil @MnshaP @EqualityLabs @IndiaSolNW https://t.co/UwxXeAiT7P
— Stop Funding Hate (@StopFundingHate) May 30, 2020
Delete o Facebook
A denúncia de Edward Snowden de que a NSA tinha acesso a plataformas de redes sociais, impulsionada pelo escândalo da Cambridge Analytica, nas eleições de 2016, sobre o vazamento massivo e manipulação de dados de eleitores nos EUA, desencadou campanhas esporádicas, a cada nova polêmica envolvendo o Facebook, para que os usuários encerrem as suas contas na rede social.
Nas últimas semanas, após o embate de Mark Zuckerberg com boa parte da opinião pública e também com os próprios funcionários, a hashtag #deleteFacebook voltou a ser vista nos trending topics do Twitter algumas vezes.
O movimento hacker Anonymous voltou a comentar sobre porque utiliza o Twitter – e não o Facebook – para se comunicar com o grande público. Respondendo a um questionamento de um seguidor, o perfil disse que o Facebook “compartilha dados dos usuários com o governo”, e defendeu que o Twitter continua sendo o mais apropriado para assegurar o anonimato diante das autoridades.
#DeleteFacebook pic.twitter.com/UL2OcAbFHs
— Anonymous (@YourAnonNews) April 4, 2019
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