“Eu sempre soube que era difícil, mas não precisava ser tão difícil assim”, conta Manuela d’Avila no artigo que abre esse conjunto de escritos, referindo-se a experiências de violência política de gênero vivenciadas durante a campanha eleitoral para a prefeitura da capital do Rio Grande do Sul, em pleno 2020. Assim como os relatos de Manuela, que organizou essa seleção, esta obra traz experiências vividas neste sentido por outras 14 mulheres, entre elas, Marina Silva, Dilma Rousseff e Sônia Guajajara. Esse conjunto de relatos escancara a correlação dos efeitos da violência política de gênero com a fragilidade da democracia brasileira, uma vez que o processo a qual essas mulheres foram e são submetidas em seu fazer político é o responsável por desanimar e desestimular tantas outras.
A política só será representativa quando houver a garantia das mulheres ocuparem espaços de poder sem medo. Por isso, a gravidade dos relatos aqui contidos, que tatuam a retina da memória não só de quem os viveu, mas de uma parcela de mulheres que poderia pensar em exercer livre sua vontade de contribuir com a mudança de rumos em nosso país.
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